Resumo: na BRDD#90 você vai encontrar reflexões sobre como a inteligência artificial está revolucionando o branding, com destaque para a IA multimodal. O texto explora suas aplicações práticas, como assistentes virtuais avançados e análises profundas de interações com consumidores, gerando insights valiosos para marcas.
O que é a série brandtech?
Tenho ficado bem intrigado com as novas tecnologias que estão surgindo, em especial, com a inteligência artificial (aliás, nós a temos usado na agência e, inclusive, para desenvolver novos produtos como o A.S.K) e com sua capacidade de gerar revoluções impensadas até o final do século passado, ou melhor, revoluções que só seriam encontradas na ficção científica.
A inteligência artificial não é somente uma nova tecnologia, ela realmente é uma forma de empresas e negócios transformarem suas atividades, alcançarem maior produtividade, aumentando sua escala, diminuindo custos e inovando com rapidez e qualidade.
Sendo assim, resolvi investigar um pouco mais a fundo o assunto, para relacioná-lo com o branding e entender suas aplicações e possibilidades.
Espero que gostem dessa nova série, que não tem prazo para acabar. Ela durará enquanto os assuntos perdurarem.
Sejam bem vindos e bem vindas!
Singulares e singularidade: o medo da IA
Os avanços em inteligência artificial têm sido exponenciais nestes últimos anos (arrisco a situá-los a partir do lançamento do ChateGPT em 2022), ao ponto de alguns pesquisadores e desenvolvedores mais cautelosos abordarem o assunto com bastante cuidado, com medo da famosa singularidade (Ray Kuzweil), que parece ter sido empurrada para 2045 pelo mesmo autor.
A singularidade significa o momento em que a IA alcançará consciência se tornando, efetivamente, uma máquina pensante, com o potencial de ultrapassar a humanidade.
Esse tipo de inteligência é a AGI – artificial general intelligence, ou inteligência artificial geral (IAG), que seria um sistema capaz de resolver uma grande variedade de problemas, assim como faz a mente humana. Porém, ainda não chegamos lá e ao que parece não há muito consenso sobre quando e se chegaremos.
Na verdade, a preocupação maior está direcionada à Super Inteligência Artificial, que é o momento em que a inteligência maquínica superará a humana, ou seja, será o próximo estágio da AGI, que efetivamente trará a singularidade (segundo alguns pesquisadores).
IA Multimodal ainda é uma Inteligência Artificial Estreita
A IA multimodal é uma ANI (artificial narrow intelligence – inteligência artificial estreita ou fraca), quer dizer, ela ainda é estreita no sentido de que se ocupa de poucos problemas ou poucas tarefas, podendo alcançar graus de especialização, como rodar diagnósticos de imagens de tomografia, por exemplo, reconhecendo padrões de patologias por meio de treinamento baseado em um histórico de imagens e laudos.
Além disso, a ideia de ser multimodal, em verdade, significa que é uma inteligência que pode analisar todos os tipos de códigos, sendo eles estruturados ou não estruturados. Os códigos podem ser imagens, gestos, perspectivas, cores, áudios, sons, textos, valores, texturas, números entre outros possíveis.
A multimodal model is a ML (machine learning) model that is capable of processing information from different modalities, including images, videos, and text. (...) A multimodal model is capable of understanding and processing virtually any input, combining different types of information, and generating almost any output. (Fonte: Google)
Essa inteligência é um modelo capaz de ler diferentes códigos e, também, de gerar a partir deles diferentes saídas. Segundo o blog SuperAnnotate foi o GPT-4 que inaugurou essa aplicação e que tem se desenvolvido bastante desde 2023.
O mercado está tão aquecido para esse tipo de tecnologia. A previsão é que até 2030 atinja algo em torno de 10 bilhões de dólares entre softwares e serviços associados, isso segundo dados da Appinventiv.
Branding Multimodal
Sacrinzi, sugere mapear os touchpoints da marca, para entender como a aplicação da inteligência artificial multimodal contribuirá para estreitar a relação com os consumidores. Por exemplo, imagine que sua marca incremente seu assistente virtual de atendimento ao cliente, com a IA multimodal, essa facilidade permitirá que reconheça áudios encaminhados, fotos ou imagens e gere respostas adequadas, a partir dos mais diferentes códigos.
Outra possibilidade – realizar análises mais contundentes das interações nas mídias sociais com sua marca, ou a respeito da sua marca, ou ainda para compreensão do comportamento do seu consumidor. A partir de análises profundas e anonimizadas de conteúdos em vídeo, por exemplo, seria possível entender o significado de expressões faciais, gestos da moda, gírias entre outros elementos interessantes, para a geração de valiosos insights.
A verdade é que o impacto dessa tecnologia na área de marketing e nas atividades correspondentes será transformador (já é), não apenas em relação ao fazer publicitário, mas também em relação àquilo que será gerado como produto.