BRDD#96 – 12 arquétipos e branding, vol. 02: o criador e o sábio
Branding Dinâmico, #96 ano 04
Resumo: na BRDD#96 você vai encontrar uma discussão aprofundada, porém em partes, sobre os 12 arquétipos e como podem ser aplicados nas estratégias de branding. Nesse volume os arquétipos trabalhados serão o Criador e o Sábio.
Eu gosto muito de trabalhar com os arquétipos, porque é um conceito que atrai a atenção dos clientes. Eles sentem que algo ressoa com suas expectativas, quando esse tipo de conteúdo é aplicado no planejamento de marca. E é verdade, ressoa mesmo. Sabe o motivo?
Os arquétipos ressoam com verdades mais primitivas que se precipitam por nosso inconsciente coletivo, partindo do pressuposto que você concorde que esse conceito faz sentido (inconsciente coletivo), pois Freud não concordava. Porém, essa história ficará para outro momento. Como eu acredito nessa ideia, com algumas ressalvas, sou capaz de compreender como lógicas comportamentais em sua essência podem estar presentes em diversas sociedades, independentemente, de sua localização ou estado sócio-cultural.
A ideia de mãe, por exemplo, está presente em muitas sociedades, com variações e adaptações, porém, também com traços comuns, como aquela que nutre e protege. Essa ideia geral da mãe é um arquétipo.
O Arquétipo do Criador e do Sábio
Pelo meu estudo e conforme minha organização, os arquétipos trarão os seguintes traços solares e lunares (vide figura abaixo) e caso queira maiores detalhes sobre as Características dos Traços, sugiro que leia a BRDD#95.
Os traços são:
O Criador
O Criador, para quem conhece histórias em quadrinhos, tem uma representação clássica na figura do Senhor Fantástico, do Quarteto Fantástico, o Borracha. Ele é um cientista brilhante, com uma produção prática extremamente profícua. Para ainda continuarmos nos personagens da Marvel, há também o Homem De Ferro, que é a identidade de herói do Tony Stark, um dos grandes inventores desse universo.
Duas figuras históricas que poderiam ser identificadas com o Criador são o Leonardo da Vinci e o Alberto Santos Dumont – dois grandes inventores (consulte o link para ler um pouco mais sobre esses gênios).
O Sábio
Gandalf, o Cinzento (Senhor dos Anéis) e o Prof. Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore (Harry Potter), além desses há o médico e cientista Oswaldo Gonçalves Cruz, grande sanitarista brasileiro, que implementou diversas melhorias e inovações no tratamento de doenças endêmicas.
Portanto, tanto no arquétipo do Criador, quanto no do Sábio importa muito mais a predominância da aptidão mais evidente, que é a Criatividade e a Inteligência (vide a tabela acima), do que outras características mais secundárias.
Branding e a expressão do Criador
Nossos dois exemplos de branding nesse arquétipo são: Melissa e Globo Filmes.
Melissa: a marca explora constantemente a criatividade em seu design, inovação estética e colaborações artísticas (Vivienne Westwood, Jean Paul Gaultier). É inventiva e detalhista, com uma proposta original no mercado de calçados, indo além da funcionalidade para o território da arte e da autoexpressão. No instagram da marca você encontrará sua conceituação: a Melissa transforma o plástico em extraordinário; original desde 1979; vegana e reciclável.
Globo Filmes: a Globo Filmes representa o arquétipo do Criador ao fomentar a produção cultural brasileira com conteúdos originais, imaginativos e muitas vezes visionários. Seu foco está na realização criativa, na imaginação e na produção de narrativas que moldam o imaginário coletivo do país. No site da marca é possível encontrar as divisões de gênero, que convidam o usuário a interagir, já no instagram é possível encontrar a seguinte expressão: cinema que fala a nossa língua.
Branding e a expressão do Sábio
Nossos dois exemplos de branding nesse arquétipo são: FGV e Instituto Serrapilheira.
Fundação Getúlio Vargas: a FGV assume com clareza o papel de mentora do pensamento estratégico nacional, sendo reconhecida por seu rigor acadêmico e produção de conhecimento. Sua narrativa se ancora em inteligência, análise crítica e profundo embasamento teórico. No seu instagram é possível ler: A FGV é uma entidade brasileira voltada para a produção de conhecimento no país.
Instituto Serrapilheira: o Instituto Serrapilheira é uma organização que apoia pesquisas científicas de excelência, promove a divulgação científica rigorosa e tem uma comunicação pautada na lógica, no questionamento e no pensamento crítico. Seu posicionamento reforça a inteligência analítica e a reflexão sobre o papel da ciência na sociedade, atuando claramente como mentor e analista, valores centrais do arquétipo do Sábio. No seu instagram está: Instituição privada sem fins lucrativos, criada para valorizar a ciência.
Reflexos do Arquétipo no Branding
Reparou em como o print dos 6 primeiros posts do IG de cada marca, de fato, expressa esteticamente seu vínculo com o arquétipo?
Em relação à Melissa e à Globo Filmes é possível notar que há mais cores e formas diferentes em suas composições, ao contrário da FGV e Instituto Serrapilheira onde há composições mais sóbrias e um pouco mais sérias.
Esse direcionamento estético não é ao acaso, ele é fruto da compreensão dos produtores de narrativas da marca, sobre seus arquétipos e, principalmente, sobre sua brand persona, seja essa compreensão consciente e embasada no branding, ou meramente intuitiva.
Arquétipos são incríveis para pensar branding, por isso, siga comigo que tem mais nas próximas news:
BRDD#97 – inocente e o amante
BRDD#98 – bobo e o cuidador
BRDD#99 – governante, rebelde, mago e o artista.